quarta-feira, 3 de abril de 2024

As borboletas

Gosto das lições das borboletas.

A beleza delas não é uma imposição. É um presente. Quem tiver sensibilidade suficiente que aprecie. Ou não. Elas estão lá da mesma maneira.

Há quem tenha medo delas.

Há quem as venderem.

Há que as tatuam.

Há que as evitam.

Há que as matam.

Há quem as eternizam em fotografias.

As borboletas que são belas não são forçosamente esnobes. Aquelas que não são belas, da mesma maneira, não são inferiores. Elas são. Apenas isso.

Quando são.

Enquanto são.

Não há artificialidade em sua existência.

São frágeis. São indefesas. São mansas. Nada mais. Nada menos.

A existência delas depende de um processo demorado e necessariamente difícil de rompimento de casulo. 

É preciso ainda considerar que são a materialização do significado visível da trans-for-ma-ção. Uma lagarta que se renova. Transforma-se. Transmuta-se. E, como se este processo já não bastasse, ela deixa uma condição de rastejante para atingir a condição de alada. Isso significa que sua mudança, sua transformação acontece em direção a um aspecto evolucionário. Ela não impõe isso a ninguém. A não ser a si mesma. 

O que é bom para ela não é imposto. É apenas bom para ela.

Quem quiser que se transforme.

Quem não quiser que rasteje.

E admire!

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