Gosto das lições das borboletas.
A beleza delas não é uma imposição. É um presente. Quem tiver
sensibilidade suficiente que aprecie. Ou não. Elas estão lá da mesma maneira.
Há quem tenha medo delas.
Há quem as venderem.
Há que as tatuam.
Há que as evitam.
Há que as matam.
Há quem as eternizam em fotografias.
As borboletas que
são belas não são forçosamente esnobes. Aquelas que não são belas, da mesma
maneira, não são inferiores. Elas são. Apenas isso.
Quando são.
Enquanto são.
Não há artificialidade em sua existência.
São frágeis. São
indefesas. São mansas. Nada mais. Nada menos.
A existência
delas depende de um processo demorado e necessariamente difícil de rompimento
de casulo.
É preciso ainda
considerar que são a materialização do significado visível da trans-for-ma-ção.
Uma lagarta que se renova. Transforma-se. Transmuta-se. E, como se este
processo já não bastasse, ela deixa uma condição de rastejante para atingir a
condição de alada. Isso significa que sua mudança, sua transformação acontece
em direção a um aspecto evolucionário. Ela não impõe isso a ninguém. A não ser
a si mesma.
O que é bom para
ela não é imposto. É apenas bom para ela.
Quem quiser que se transforme.
Quem não quiser que rasteje.
E admire!
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