sábado, 28 de julho de 2012

Horizontes Desiguais

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"Cada um de nós é um universo."

Raul Seixas



Procurar em versos antigos os olhares supremos que me emocionam já não satisfaz o complexo semblante do sol em mim que alimenta a luz do embrião indefeso que conduz entendimento ao opaco dissabor de tentar amadurecer com as cores originais dos horizontes desiguais que a vida toda contemplei sem permitir incompletude ancestral. Todas as vezes que mergulhei em sentimentos alucinógenos me resgatei de onde nunca me fez bem estar. E continua assim ainda agora porque a força que vigora luminosa compõe a essência dissonante aurora que pulsa como um rubor devastante originado em pontos desconexos, irracionais, elementares, desumanos e sobrenaturais do que carrego aqui. Transpondo-me em vestes ideológicas me aprimoro e modifico a brutalidade umbilical uterina. Tudo pode ser mais amplo e mais simples se os braços da dúvida não sufocarem a existência atrelados aos dedos do medo infundado carregado em permanência desnecessária. E o melhor de todos os aspectos impolutos em mim é a extrema urgência de fazer conhecimento incauto das pegadas deixadas em rastros destoantes pelos pés da pungente caminhada incessante. O contundente sentimento de estar aflorando constantemente o peito em emoções descomunais é cansativamente angustiante e vibra a vontade indecente de nunca deixá-lo passar. Meus olhos cerrados em sorrisos abertos devoram a paisagem dos horizontes salutares por onde passeio... E vivo!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Rabiscos e Outros Trecos

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Aromas de amoras
Sintomas de sinfonias
Vagava, vigora
A sutil framboesa
Que não cai; demora!


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Passeiam
Os passos

Passados
Em passeatas

Passando
Aos passeios.










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Os ponteiros desconexos
Não encontram o instante
Em que olhei para o lado
E não te encontrei mais.



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Salve Amigos da Sofia,

Hoje estava lendo Helena Kolody e essa fantástica poeta paranaense me inspirou a escrever uns rabiscos, "umas mal-traçadas linhas"... Espero que gostem. Esse ano é o centenário de Helena Kolody. Salve a poesia! Salve a todos os poetas, clássicos ou não, contempârenos ou não...


Poesia, Luz e Paz!




quinta-feira, 12 de julho de 2012

Da Minha Janela

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Foto tirada da janela do meu apartamento.

O sol está em mim, literalmente, gravado de forma definitiva e determinante. A noite me inspira a viver, mas o sol me alimenta. O frio, congelando os sentidos deturpados, sorrateiro, agindo pelas entranhas silenciosamente, não me atinge... Se o sol estiver feito escudo a me proteger! Por isso olho muito e muitas vezes pela janela do meu apartamento. Essa é uma forma de oração. A minha maneira de falar com uma superioridade que alguns chamam "Deus". Mas, o que ninguém sabe, é que - secretamente - miro o celeste firmamento na tentativa insana e homérica de encontrar um meio de voltar para a galáxia de onde cai... Porque eu cai! Despenquei! Enquanto não consigo meu objetivo aproveito para fazer desse planeta a minha escola, e das pessoas - seres humanos - meus professores...
E escrevo quando consigo!
No resto do tempo? Silencio!


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Da minha janela
Observo os versos escorrerem sem chuva
Vejo todo o novo vilarejo que já é ruína

Da minha janela
Grito socorro para todos os silêncios
Revigoro todas as vezes que a noite me alucina

Da minha janela
Ouço os ruídos descompassados da desordem
Percorro meus pensamentos ensolarados, sem neblina

E sonho! E vivo!