A vontade crescente de dizer ao que está presente
Que valores tão perpétuos me fazem dissidente
Consome meu eu em um fluxo tão ordinariamente
Cansativo, calcificado, repetitivo, dissonante.
Ímpeto repulsivo, olhar violento, espírito incongruente;
Constituição de um fraco ser que luta por seu semelhante
Mas que está ironicamente derrotado na atmosfera congelante
Do impoluto coração que sonha com dia mais azul-justo-cintilante.
E quando há chuva o céu fecha-se em nebulosas inscontantes
E o pensamento deságua no solo seco, híbrido, agonizante
Onde o útero ressequido adormece já nunca mais gestante.
E as sementes ficam impedidas de brotar e percorrer o restante
Da coragem prolixa pulsando a batalha sutil habitante
Na vontade crescente de dizer ao que está presente: Sente!
~ :-: ~
Nenhum comentário:
Postar um comentário