Uma noite escura
Tão preta quanto o preto plano
Dos meus sonhos
Era a única coisa que me seguia...
Como um cão
De grandes e firmes olhos
A me perguntar
Se comigo ir ela poderia...
E eu aumentando a velocidade
Dos passos retrógrados
Sem saber como seria
O metro seguinte de chão...
E das pedras
Que se revezavam em uma real constelação
Eu podia esperar a simetria
Do reflexo das estrelas desconexas a me guiar...
Tudo naquela noite era encanto:
A dor que não existia, a possibilidade de voar
A lua em ciranda a rodopiar
Tão lindo que o sorriso era pai do acalento...
Continuei pelo caminho rumando
A noite logo atrás com o rabo a abanar
Não demorei muito para no horizonte alcançar
O sol sonolento escalando o céu já atrasado para trabalhar...
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