Dá licença, mas eu vou sair do sério..."
Olhei ao meu redor
E vi um mundo que poderia ser melhor
Mas, que definha
Entre receitas, conceitos, pretextos
Fórmulas mágicas de solução, entremeios
E tudo vira o que sempre foi...
Foi aí que conheci as estrelas, a lua cheia
Os jardins, os sonhos, o mar, a maresia!
Então
Tomei outra decisão:
Tentaria amenizar a dor
Para isso eu escreveria!
Daí nasceu dentro de mim a poesia...
Minha mais doce e ferina loucura
Minha mais insistente desmesura
Minha mais permanente e colorida aventura!
***
Já disse Carlos Drummond de Andrade:
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
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