domingo, 29 de janeiro de 2012

Quando o Horizonte Não Cabe Na Janela!

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Fotografias (acima e abaixo) que fiz ao entardecer, da janela do meu quarto.


"Olhar pela janela e ver
O sol querendo respirar"
Maria Gadu


Qua
ndo não suporto a expansão da minha emoção ela explode, transborda, transpassa a metafísica filosófica da existência meramente humana. É quando as palavras ficam obsoletas e as expressões francamente empobrecidas... Explicações incompletas patinam em desalinho. Desconexão ao que, de fato, importa.

E o que (me) importa verdadeiramente?

Ser humano é uma permanência que me ensina deveras intensamente. Mas é também uma ousadia divina falar em aprender quando nós - criaturas criadas (supostamente) do barro - já estamos (des)classificados como "raça superior". E a inferioridade apresenta-se silenciosamente concisa, demasiadamente consistente para dissolver-se apenas em aprendizados efêmeros...
Autossuficiente ninguém é! Mesmo!

Permanentemente mente!

São em momentos como agora que me sinto plenamente vivo...
Porque a dor que pulsa no lugar do coração é a constatação mais fremente de que há vida aqui. Há uma história sendo escrita. Há pulso e não somente um mecanismo funcionando regularmente. Há pulso! Pulso! Pulsa a vida que nunca para. Há carne e não máquina. A carne é fraca, mas a minha vontade é forte! O norte é sempre norte, mas, quase nunca fica sempre para o mesmo lado.

E quantas direções?

A poesia se expressa em linguagens diversas. Escrever (pretensiosamente) os versos que dançam comigo também é descoberta. É realização. É momento tão solitário e tão parturiente que a ofegante canseira emocional abandona-me e, assim, existo!




Da janela do meu apartamento consigo ver o que gostaria de ter todos os dias. E estou sempre sempre sempre aprendendo - ou tentado a tentar! Quando olho para o horizonte, que está lá fora a me observar, espanto-me (muito) - aristotelicamente - e corro para onde vou enxergar melhor. Para onde vou existir melhor. Para onde o horizonte não será mero espectador da minha busca incauta e ininterrupta e sim parte de mim. Porque caminho em sua direção. Aos braços do acaso mais imprevisível... As revoluções mais lindas que presenciei estavam justamente realinhadas ao âmbito do meu olhar... Imperceptíveis!

O que espero do mundo é o que o mundo espera de mim!

Vou continuar a refletir observando a inconsistência, a exatidão inconstante e a gratuidade cara do mundo através da janela do meu quarto nos momentos em que só eu já sou mais do que posso suportar. Sem nunca fechar as cortinas. Explodir nunca é uma opção para mim. Escrever e compartilhar, sim!


~ .:.:.:. ~


A janela do meu quarto já rendeu outro texto.
Para ler clique
AQUI!


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