domingo, 9 de novembro de 2014

Meus Olhares Distraídos


Fotografia de minha autoria; da janela da lavanderia do meu apartamento.

Aprendi a observar as cores silenciosas
Que enfeitam os meus olhares distraídos
E a perceber o valor de cada tempestuosa
Mudança que acelera meus pés doloridos.

Entendi que a vida se movimenta feito bailarina
E sacode à rodopios o que menos se espera
 E assim as memórias envelhecem cada menina 
E reorganiza a pinceladas a órbita de toda esfera.

Sufoquei com meu coração não sabendo explodir
Cada verso inquieto a cirandar ao meu redor
Se não aguento morro por dentro; choro a sucumbir.

Sobrevivi ao descolorido de horizontes cinzas
Observando as pegadas rastreadas pela força
E desafiando cada momento futuro à vida, velha moça!



~ : : ~




quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Hojes (Ao Útero do Movimento)!



Fotografia de minha autoria. Pássaros Guaíra!


Ainda que o tempo
não nos espere
e o dia vá acabar
logo ali
não me apresse
porque preciso
de calma
pra ser urgente.

Ainda que ninguém
esteja pronto
para despedidas
ou partidas
não me console
porque anseio
por desespero
pra ser fremente.

Ainda que a poesia
pulse por fluxo próprio
e vias indomáveis
não me rime
porque desejo
os versos livres
para ser tocante.

Ainda que todos os hojes
tenham florescido
e retornado
ao útero do movimento
não me sufoque
porque almejo
a presença lúcida
de cada instante.

Ainda que as cores do mundo
sobrepujem os derradeiros
lampejos de esperança
não me faça gris
porque sobejo
cada olhar de amor
réstias de tudo
o que (me) é bom.


 ~ : : : ~ 




Salve, Queridos Amigos da Sofia!

Que alegria, que satisfação imensa em voltar a escrever no meu universo particular, no meu país das maravilhas, no meu oásis, no meu nirvana. Amo esse espaço e estava sem conseguir escrever. Um período de seca, sem colheitas, sem produções, sem inspirações. Minha vida estava acinzentada e, agora, volta a cintilar vários tons de cores mais diversas porque consegui abrir o meu coração para que a inspiração divina soprasse novamente em meus ouvidos... Escrever! Simplesmente escrever! Sem a pretensão de ser lido - ainda que seja o desejo de quem escreve, ser lido - sem a ânsia de saber as repercussões, sem  as vaidades dos elogios ou as fúrias das críticas. Sem a preocupação com os ecos e as ressonâncias. Apenas escrever! Agora, agradecer e expandir!

Luz e Paz!

sábado, 23 de agosto de 2014

Menino Vencido!



Fotografia captada por mim. Fenômeno "super lua", Agosto de 2014!
"Meu coração não quer deixar
Meu corpo descansar...  "
Renato Russo, O Livro dos Dias

E aquele menino

Tão frágil e arredio

 Que eu nunca fui 

E sempre esteve aqui

Criança

Pequenino

Colocando brilho

Em meus olhos

E em meus versos

Tentando

Espantar o frio

Dos ventos

Hoje está vencido...
 

A luz apaga

O doce azeda

A água seca

O dia passa

A vida finda

O sorriso fecha

A lágrima seca

A felicidade perece

O amor fenece

O menino envelhece

A força sucumbe!
 





Quero escrever. Livremente. Mas, hoje não será possível. Há uma dor lancinante empobrecendo meus versos e roubando-me a inspiração. A poesia padece. Eu sofro. Nós dois, perdidos, não encontramos mais as conexões necessárias para chegar ao amanhecer. A lua é linda, mas é fria. E enganadora como uma sereia. Ter saudade de quem me expulsou de sua vida dói. Ando por noites sombrias batalhando com monstros vorazes e demônios imensamente fortalecidos... Preciso de sol e da luz encantadora que sempre me alimentou... Ando perdido!

domingo, 29 de junho de 2014

Velhos Tempos!







Velhos longos tempos em que vivíamos esperançosos

De que havia algo muito especial prestes a acontecer;

Os sonhos todos tão vívidos, robustos, viçosos

Eram o que a vida não estava disposta a oferecer.



E cada pedaço que deixamos cair pelas sinuosas curvas

Acabou nos arrancando cores e sorrisos guardados

E desvelou flores sem pétalas que sangram cruas

Os dias que o tempo asfixiou em sorrisos desbotados.



Cada pedra pelo caminho que provocou um tropeço

Também ocasionou um fortalecimento, um avanço.

Os passos cresceram no instante em que o recomeço

Selou todas as piores feridas abertas desde o início.



E hoje somos frutos de tudo o que nos trouxe até aqui

Os sorrisos abertos por todas as anteriores lágrimas

A história que nunca escrevemos foi roteiro, croqui

Para transformar em luz os sentimentos fantasmas.





sábado, 24 de maio de 2014

Elisbethaneado!





Ouvir Elis me provoca o querer
 
Libertar o próprio espírito
Dos cativeiros
Plantados em flores
Floreiras
Floreios malcheirosos

Sentir Elis
É deveras substancial!

Viver Elis me revela

A doce Bethânia austera
Que vive nos corredores
Das minha veias
Becos sanguíneos em teias
Que me levam ao delírio

De estar vivo!

Eslibethaneando...



 ~ : : ~



sábado, 10 de maio de 2014

O Lugar Mais Lindo do Mundo





Tu és o caminho mais florido

Que fortaleceu todos os meus passos

E me permitiu me sentir tão querido

Porque muito me amparou em seus braços.



Tu és o jardim mais encantado

Que me acolheu e me guardou

Em cada momento difícil e pesado;

Sorriu para mim e tanto me ensinou.



Tu és a escola mais completa

Que me deixou errar até acertar

E me aplicou a lição mais perfeita

Porque veio para me fazer voar.



Tu és a flor mais linda e perfumada

Tu és a fábula mais bem contada

Tu és a pérola mais brilhante, encantada

Tu és a obra divina mais rica e elaborada.



Tu és o meu esconderijo mais puro

Tu és o meu presente mais caro

Tu és o meu tesouro mais precioso e raro

Tu és o meu lugar mais seguro do mundo.


~ :: ~


 Salve, Amigos da Sofia!

Hoje venho trazer a minha humilde homenagem à mulher que enche a minha vida de amor, ensinamentos e alegrias: minha mãe! O poema acima escrevi pensando em Dona Zenaide, o meu lugar mais seguro do mundo!

Obrigado, minha mãe, por tantas coisas que me ensinou e ensina. Obrigado por estar ao meu lado, mesmo discordando de mim. Obrigado por me deixar livre para aprender inclusive e principalmente com meus erros. Obrigado por me ajudar de todas as maneiras imagináveis possíveis. obrigado por torcer e orar por minha felicidade e plenitude. Obrigado por alimentar o meu corpo e a minha alma. Obrigado por me permitir voar.. Voar... Voar... E ainda ter o seu colo para pousar quando minhas asas se cansam ou se machucam durante o vôo. Obrigado por cada conversa que tivemos, cada abraço que nos demos, cada vez que nos reencontramos e por toda a saudade que sentimos um do outro porque moramos em cidades diferentes... Obrigado, mãe, por ser a minha maior e mais profunda referência de amor, dignidade, honestidade, respeito, humanidade, força, fé, humildade, coragem e doçura... Feliz Dia das Mães!

Desejo a todas os leitores do Amigo da Sofia um maravilhoso domingo das mães. Que todos tenham flores em suas almas para oferecer a elas... Mesmo aquelas que já moram no céu sempre estarão ao lado de seus filhos e filhas e, portanto, merecem receber o amor da homenagem...  

Luz e Paz!