sábado, 9 de março de 2013

Fevereiro Acabou...




Fevereiro acabou.
Um mês. Um ciclo. Um círculo que se iniciou e findou em si mesmo. Mas o percurso me fez pensar. Refletir. Estive longe de mim mesmo. Corri para becos sem luz. A sombra é um abrigo. Ilusório. Passageiro. Provisório. Precisei de distância para observar como um terceiro. De fora. De longe. Sem o pulsar do sangramento ferino que me esvaía a alma. Quando estamos no olho do furacão não conseguimos encontrar solução ou respostas balsâmicas. Mas passa. Mesmo em um dia nublado o sol está brilhando. As nuvens passam. Dissipam-se! O sol permanece. Sempre! E só é preciso aguentar. Cada solavanco. Cada resfolego. Cada vento mais forte. Cada trovoada. E mesmo que os raios partam a cabeça em milhares de pensamentos imensuráveis, incompreensíveis, como uma auto-regeneração, cada pedaço se reorganiza. Agrupamento refeito. Cada reconstrução é diferente da anterior. E cada uma vem melhor do que a outra. A real fortaleza do guerreiro não é vencer o inimigo... É superar a si mesmo! Despir-se da vaidade da vitória. Renunciar a mesquinharia de estar sempre soberano. Exercitar a vontade de manter a espada embainhada para usar uma arma mais ferina, certeira e poderosa: o auto-aprimoramento.
O filosofo brasileiro Rubem Alves escreveu uma obra maravilhosa, entre tantas outras de sua autoria, que se chama "Ostra Feliz Não Faz Pérola". O princípio está justamente na necessidade da impureza para se reinventar. A pérola na ostra nada mais é do que um grão de sujeira que ameaça seu bom funcionamento. Por isso a movimentação para neutraliza-la... Nesse mês de Fevereiro que acabou fui ostra. E produzi algumas pérolas. Talvez agora posso dar o próximo passo. Talvez agora esteja realmente fortalecido. Talvez agora meu peito caiba dentro de mim e não me sufoque mais com tantas emoções titânicas. Talvez agora eu seja um guerreiro que voltou da batalha ferido, mas refeito. Talvez agora minha espada fique na bainha dando vez à humildade do aprendizado. Talvez agora o próximo mês seja pintado com cores mais sutis e mais harmoniosas. Porque agora as nuvens se dissiparam e o sol está à vista.
Fevereiro acabou.

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