domingo, 20 de janeiro de 2013

Pimenta em Carne Viva!







Salve Salve, Amigos da Sofia!


Os textos abaixo escrevi há um ano. Na ocasião do aniversário de morte de Elis. Republico-os agora com o coração repleto de emoção, agradecimento e carinho exatamente como o fiz ano passado... E provavelmente como farei ano que vem.

Salve Elis!
Luz e Paz!


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Tenho 32 anos de existência.
Uma grande lástima que carrego e que não conseguirei sanar é o fato de não ter podido assistir a um show - um único, que seja - da inclassificável Elis Regina. Hoje faz trinta anos que essa brasileira ascendeu aos céus mais longínquos deixando floridos no jardim dos mortais sedentos por cultura e qualidade de alma que aqui ficaram, os registros de sua voz e a opulência de sua luz reacionária.

Conheci a obra de Elis depois de quase adulto, na adolescência. Uma fita cassete com várias músicas gravadas de vários cantores da MPB... E lá estava ela! Nunca vou esquecer: noite estrelada, eu entediado em minha cama, na solidão do meu quarto, em casa de minha mãe, e... De repente, uma voz que parecia surgir de dimensões que nem sabia se (que) existiam. Varri todos os pensamentos torpes para bem debaixo da cama, quase parei de respirar, e toda a minha atenção voltou-se para aquela voz... Liguei para a amiga que me emprestara a tal fita e perguntei, acordando-a com a ligação:
- Quem é ela?
-Ela quem, meu amigo?
- Essa mulher que canta "não quero lhe falar, meu grande amor, de coisas que aprendi nos discos..." Daquela fita que você me emprestou.
- Ah, a Elis?
- Elis?
- Elis Regina. Posso voltar a dormir?
Uma intimidade que só quem conhece Elis sabe que é possível, pois, ela mesma permite. Desliguei o telefone e nunca mais me esqueci dessa voz, dessa mulher, desse nome...

Pesquisei. Perguntei, no dia seguinte, para a minha mãe, que me falou sobre a tal cantora. Mas, o que me chocou, quase tanto quanto a sua voz magnífica e sua energia vibrante, foi a notícia que Elis não estava mais entre nós. Não! Não! Não! Não! Não! Não! Não! Cheguei tarde! Ela partira dois anos depois do meu nascimento. Meu Deus! Foi revolta só.
Lembro de ter olhado para o céu, em uma outra noite estreladíssima, tempos depois, quando eu fugia para o telhado da casa dos meus pais, para olhar a imensidão, e tentei descobrir qual daquelas estrelas era Elis.
Não consegui.
Se Elis brilhasse naquele céu todos pensariam que estava dia, a luz irradiaria muito além!
Hoje, trinta anos de sua morte, eu venho reverenciar e agradecer a Pimentinha que tanto enfeitou a minha vida com toda a sua força, com toda a sua honestidade visceral, com toda a sua voz ferina, protetora e desafiadora... Elis!
Hoje não é dia de luto nem de tristeza... É dia de alegria, de celebração e de agradecimento! Elis existiu nesse planeta, no nosso país, e, depois de sua passagem terrena, mais Nada Será Como Antes!


Uma Lágrima Só!


Concederei a você
Apenas uma lágrima
Uma lágrima só
E depois
Após
A minha pálpebra
Umedecer
Vou esquecer
Por que choro
E lembrarei-me de você
E te darei sorrisos
Milhares
De todos os tamanhos
De muitos e diferentes
Jeitos
E saberás que te amo
Apenas isso:
Uma lágrima
Milhares de sorrisos
E o meu eterno amor!



(Escrevi esse poema já tem bastante tempo, em manifesto ao amor por Elis... Publiquei-o, inicialmente, aqui no Amigo da Sofia! Clique AQUI e veja a publicação original.)




A pimenta aquece todos os meus momentos únicos;

Ouço, amo, aprendo, aqueço, permaneço!


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Elis, para tornar a vida ainda mais florida!



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