sábado, 26 de janeiro de 2013

Esquinazofrenia





O meu coração tem milhões de becos

E cada rua, cada esquina, cada arvoredo

Remete ao rebento sonho antigo

Que pulsa o pulso latente e cortante;

A vontade imensa e incessante

Que o meu coração tem de existir.



O andarilho, o despojo, o mendigo

Que carrega suas ausentes lembranças

Amarrotadas dentro de um saco de lixo

Pintado com cores de perdidos sorrisos.



Cada voz que ouço me chamando

Cada ilusória realidade que invento

Cada vulto que me apavora

Cada grito que quebra o meu silêncio

Cada insulto que me desaprova

Finjo esquecer em cada esquina que dobro;

Fujo daquilo que sou eu mesmo em dobro!






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