segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Série Urgências!




Aquele corpo ali ao lado perturbava minha paz por representar tudo o que não queria viver. Mas vivi. E o que se vive não se apaga. Adaga para meu coração sucumbir. E o encanto daquele olhar me abordou carente. Não pude dizer outra coisa a não ser um sorriso. Sorri. E a luz invadiu todo o quarto aquecido por uma luz efêmera de um abajur enfraquecido. E aqueles lábios me gritavam silenciosamente, sonolentamente, socorro. E eu quis. Depois do beijo o diálogo. A amizade que nasceu onde o amor deveria ter brotado. Já não beijávamos os lábios. Abraçávamos a alma. Mas, o que é a amizade se não a melhor expressão do amor? 
Tenho urgência de amizade.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Rasuro e Rabisco

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"...domai as minhas brutas ânsias acrobáticas
que suspensas piruetam pânicas nas janelas do caos
se desprendem dos trapézios
e, tontas, buscam o abraço fraterno e solidário dos espaços vácuos..."

Feitio de Oração, Wally Salomão



Arrisco um rabisco

Mas a folha é bolha

Que explode acorde

Retumbando sonâmbulo

O pesadelo austero

Do qual fujo e me sujo

No sorriso impreciso

Que entorpece e amanhece

Meu coração em devastação

Escrevendo e sangrando

Sentindo e morrendo

Querendo e insistindo

Pedindo e rejeitando

Sucumbindo e Renascendo.



sábado, 8 de setembro de 2012

Soneto Dissonante

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Um ângulo agudo reto incompleto

Um alvo fácil frágil indefeso
Um barco estabelecido ilhado
Um coração imaturo imberbe incauto

E todas as vontades urgentes atendidas
Todas as mordidas abertas feridas
Todas as abreviações instáveis transpassadas
Todas as pegadas passadas tatuadas

Um sorriso inocente querendo fluir
Um abraço saudoso precisando puir
Um olhar apaixonado desejando insistir

E a vida rodando em cirandas infantis
E a alma correndo em caminhos azuis
E a poesia pintando malabarismos sutis





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