sábado, 28 de julho de 2012

Horizontes Desiguais

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"Cada um de nós é um universo."

Raul Seixas



Procurar em versos antigos os olhares supremos que me emocionam já não satisfaz o complexo semblante do sol em mim que alimenta a luz do embrião indefeso que conduz entendimento ao opaco dissabor de tentar amadurecer com as cores originais dos horizontes desiguais que a vida toda contemplei sem permitir incompletude ancestral. Todas as vezes que mergulhei em sentimentos alucinógenos me resgatei de onde nunca me fez bem estar. E continua assim ainda agora porque a força que vigora luminosa compõe a essência dissonante aurora que pulsa como um rubor devastante originado em pontos desconexos, irracionais, elementares, desumanos e sobrenaturais do que carrego aqui. Transpondo-me em vestes ideológicas me aprimoro e modifico a brutalidade umbilical uterina. Tudo pode ser mais amplo e mais simples se os braços da dúvida não sufocarem a existência atrelados aos dedos do medo infundado carregado em permanência desnecessária. E o melhor de todos os aspectos impolutos em mim é a extrema urgência de fazer conhecimento incauto das pegadas deixadas em rastros destoantes pelos pés da pungente caminhada incessante. O contundente sentimento de estar aflorando constantemente o peito em emoções descomunais é cansativamente angustiante e vibra a vontade indecente de nunca deixá-lo passar. Meus olhos cerrados em sorrisos abertos devoram a paisagem dos horizontes salutares por onde passeio... E vivo!

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