segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Alice Desorientada

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Uma noite escura

Tão preta quanto o preto plano

Dos meus sonhos

Era a única coisa que me seguia...

Como um cão

De grandes e firmes olhos

A me perguntar

Se comigo ir ela poderia...

E eu aumentando a velocidade

Dos passos retrógrados

Sem saber como seria

O metro seguinte de chão...

E das pedras

Que se revezavam em uma real constelação

Eu podia esperar a simetria

Do reflexo das estrelas desconexas a me guiar...

Tudo naquela noite era encanto:

A dor que não existia, a possibilidade de voar

A lua em ciranda a rodopiar

Tão lindo que o sorriso era pai do acalento...


Continuei pelo caminho rumando

A noite logo atrás com o rabo a abanar

Não demorei muito para no horizonte alcançar

O sol sonolento escalando o céu já atrasado para trabalhar...



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