Na cama arrumada
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Força e Sentimento
Na cama arrumada
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Depois do Inevitável
domingo, 12 de dezembro de 2010
Vestígios de Urucum
O garoto, preso no trânsito de uma grande metrópole ao lado de seu pai, ao ler sobre o descobrimento do Brasil, deixou sua imaginação escapulir e navegar através do tempo, da história, pela mente da inocência há tempos perdida.
Ao passar pelas ocas, pelas crenças, pelos medos, pelas conquistas e derrotas indígenas, sentiu uma força extrema invadir o seu coração impulsionando o seu corpo para uma sensação que só os verdadeiros guerreiros ousavam sentir: o dever de lutar por sua terra.
De repente, estava ele de volta ali dentro do carro do seu pai. Buzinas, freadas, caos total, mas, a sensação, a comoção guerreira crescera e notou que chorava. O garoto olhou para o espelho retrovisor e, tão grande a sua surpresa, viu um curumim sorrindo refletido. Olhou para o seu pai, alheio a tudo, mergulhado nas ofensas feitas pelo motorista que vinha logo atrás; preocupado em repassar os xingamentos ao motorista do carro à sua frente. Ele entendeu, então, que em suas veias corria o sangue vermelho tingido por vestígios de urucum ancestral. Olhou para o seu pai e disse:
- Sou um guerreiro!
E o jovem senhor, sem dar-se conta do que acabara de presenciar, respondeu distraidamente:
- Somos todos, meu filho! Somos todos!
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Nona Antônia
"Ó Meu Pai do Céu, limpe tudo aí, vai chegar a Rainha precisando dormir..."
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Amanheceu
Amanheceu...
O sol forte e bem disposto
Esbanja a vontade
De ter um sorriso no rosto.
Amanheceu...
Frescura, no melhor sentido da palavra.
Brisa leve e doce que se interpõe
Com a vida da liberdade escrava.
Amanheceu...
A transparência vigorante
No orvalho adolescente
Na estrela ainda caindo cadente.
Amanheceu...
O novo dia jovial
Embalado em esperança ancestral
De uma prece celeste, celestial.
Amanheceu...
A lua vai descansar
No terno e enternecido olhar
Do apaixonado boêmio indo se deitar.
Nova chance surge para todos
Com fé para trabalhar bem disposto
Porque a recompensa virá no seu melhor tom fosco.
Amanheceu...
E Deus abraçou a natureza
Florindo a estúpida aspereza
Em brotos e sementes de gentileza.
Amanheceu...
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Perto Demais
Sustentação
Vontade superando fixação
E os carros passando
Perto demais
E o perigo iminente
Emitindo rápido demais
O tempo amadurecido
Modificado
Lançado às tormentas
Outrora brisas medievais
Arcaicas
Suaves brisas donzelas
Que viajaram por vales
Montes
Monumentos naturais
Que agora
Edificam a memória
Daqueles
Que correram rápido demais
Que viveram rápido demais
No mais intenso sorriso
De encanto eternizado...
Agora
Seu corpo está perto demais
O perigo é iminente
Preste atenção nas brisas!
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Coisa Com Coisa
Vejo pessoas achando coisas
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Bobagem
A covardia corrói a dignidade...
A Valsa Derradeira!
Hoje falo sobre a morte, mas, não gostaria que parecesse pesado. Por isso falei de Platão e Sócrates. Mesmo porque estou tentando acreditar que não seja algo tão contrário a nós seres humanos. Se não me falha a memória foi Drummond quem escreveu que se a morte não existisse nós daríamos um jeito de inventá-la porque viver eternamente seria o maior e mais completo tédio. Cecília Meireles canta em seu poema Motivo a leveza da voz que um dia estaria muda... Um livro que li faz bem pouco tempo, A Menina Que Roubava Livros de Markus Zusak, traz uma narrativa um tanto quanto peculiar. O personagem que perpassa todo o livro narrando a história de uma menina alemã - Liesel Meminger - que roubava livros da biblioteca da primeira-dama da cidade onde mora é ninguém mais ninguém menos do que a própria Morte. O livro é surpreendente e deliciosamente fácil de ler. Uma visão romântica, admito, mas, porque não aceita-la como potencialmente verdadeira? Talvez este livro que acabei de citar (e indicar) seja o melhor exemplo de tudo o que estou falando aqui. De como não quero acreditar na deselegância da morte. De como não admito pensar nela como uma caveira horripilante de foice na mão. É provável que seja uma forma de ilusão. Confesso!
Quero, entretanto, ver a morte hoje como uma bailarina de luz tão leve quanto uma brisa de verão. Uma bailarina com a pureza de uma criança que dança. A dança tão envolvente e sensível que chega com toques de violino e raios luminosos coloridos. Hoje é a bailarina que quero pintar. Aquela que dança, encanta, envolve e faz a dor parecer imensamente pequena e passageira diante de tamanha grandeza. A moça de sapatilha esgarçada pelo tempo e pelo uso que faz o farfalhar de sua roupa tremeluzir. E a vida, sua parceira na valsa derradeira, despede-se, não de quem vai, mas, de quem fica. E que as lágrimas se transformem em notas, acordes para a bailarina que nunca pára de dançar... E nunca pára de encantar... E nunca pára de fazer da alma algo tão leve e doce que é capaz de flutuar!
domingo, 24 de outubro de 2010
Soneto de Um Poemeto Nunca Escrito
A pele que já não era mais papiro
Já não se escrevia mais poemas lá
Nem sonetos, manifestos; nenhum suspiro
Não instigava vindouros versos às valsas.
E a vida passava em passadas largas! E ainda passa!
E os sonhos definhando como raízes expostas
De uma cor ruim saindo de mim, amostras
Daquilo que eu sempre quis e nunca escondi...
Mas, ainda baguncei em nosso silêncio distante
Todos os afagos desejados, impropérios de amante
Toda aquela incerteza já pálida, desbotada... Agonizante!
E continua o amor a garimpar sobrevivência
Em todas as mais imperceptíveis existências
Que permeiam a poesia que nunca me exaure a carência!
sábado, 16 de outubro de 2010
Soneto dos Encantos Confusos
O olhar sincero acalenta
A poesia é santa
A melodia me alimenta.
E sigo procurando o que me contempla
Com o sabor da procura
Com a experiência da candura
Com a delicadeza do que é composto do real e bravura.
Estar vivo e saber da urgência
Do mágico, do fabuloso, do fantástico, da permanência
Do que a vida provoca no interior, no recôndito da essência.
Não entender a beleza, mas senti-la
Acreditar na vida mesmo depois de tantas vezes perde-la;
A verdade confunde meus encantos ao recebê-la...
domingo, 10 de outubro de 2010
Olhares Perdidos
O encanto quebrado
.
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sábado, 2 de outubro de 2010
Já Em Outro Tempo
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Monstro Silencioso!
Hoje trago toda a minha indignação, nojo, asco e repúdio manifesto neste espaço que é de poesia. Acredito que um poeta não é um mero construtor de frases bonitas ou palavras doces. A poesia sempre me valeu como instrumento de comunicação e reflexão sobre os mais diversos assuntos e aspectos da vida. Por isso trago essa publicação tão cruel, pesada, impensável e inadmissível.
Preparem o estômago e os nervos para assistirem ao primeiro vídeo... É lamentável! É horrível! É cruel! É desumano, no sentido mais baixo da palavra. Violência, por si só, monstro silencioso, já é algo que não deveria existir... Independente de religião, de princípios culturais ou de posicionamento pessoal...
Esses dois vídeos chegaram em meu correio eletrônico provenientes de uma amiga muito querida e não consegui simplesmente fecha-los e passar por cima... Divulgar aqui, neste espaço de encontro virtual, é o mínimo que posso fazer...
"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem."
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Todas as Marias!
Maria
Da aflorada poesia
Da reluzente maestria
Da cativante e simples simpatia!
Maria
Dos olhos tímidos e ligeiros
Do coração provinciano, trigueiro
Do amor mais lúcido e mensageiro!
Maria
Bethânia, begônia, margarida
Rosa perfumada, flor enternecida
Jardim das cores melhores; vida!
Maria
Que canta o canto poético
Que sonha o realismo épico
Que transforma voz em verso onírico!
Maria
O aprendizado é seu hóspede permanente
O tempo é seu condutor tão elegante
O amor é sua verdade tão humanamente envolvente!
Maria
Que canta e se expõe viceral
Que sorri e perpetua sua luz sideral
Que vive e vida semeia ancestral.
Maria
Alma cultural, popular, profunda, voluptuosa
Púrpura borboleta que voa suntuosa
Colorida emoção angelical, maravilhosa!
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Ab imo corde*
(Detesto gente mentirosa! Quem é capaz de mentir uma mentira pequena é capaz de mentir uma mentira grande...)
* Em Latim essa expressão significa: "Do mais profundo do coração".
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Combustível
Uma clara manhã vindo saudar
O dia belo e virgem nascendo
Faz dívida
Divino compromisso a saldar
O amor à amizade.
Belas cores inconfundíveis
Reluzem de todos os poros
E em cada canto do seu poder
Pulsa a música na voz dos coros
Que me ninam no caminho a percorrer.
Estou longe
Mas, tão perto te sinto
Que posso abrir um sorriso
E tocar em você.
Falta-me nos olhos
Farta-me no amor
Do incalculável valor
Do combustível
Que alimenta a minha poesia.
O carinho
O tempo passado
O sentimento guardado
Estarão todos presentes
Quando eu voltar e te abraçar
Um dia...
***
Salve Amigos da Sofia!
Este poema escrevi há muito tempo para uma amiga muito amada. Naquela época eu estava mudando de cidade e, de todas as coisas lindas que estão guardadas em minha alma, esta amizade é algo impermeável... Peço humildemente licença para oferecer a todos vocês, Amigos da Sofia, este sentimento tão magnífico: a amizade! Obrigado a todos pelo carinho, pelas visitas, pelos incessantes incentivos tão preciosos... O meu coração agradece emocionado!
domingo, 8 de agosto de 2010
Fiapos de Versos Afiados
Não vividos
Transformaram-se em sonhos mal perfumados...
Todas as palavras engolidas
Tornaram-se fiapos de versos afiados
Sem receberem vidas...
A cada borrão na lembrança
Uma sutil esperança
Esfarelada se esvai na sentença...
Quantas vezes quis
Mas não pude?
Quantas vezes pude
Mas não quis?
E hoje o que ficou?
A vontade de fazer tudo de novo e diferente...
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Fora de Combate
Neste justo segundo
Sou um homem mais forte
E tanto mais humano
No crédito hediondo
Que concede este estado de leveza
Na tranqüilidade para o plano
Sair com a exata certeza.
Com o certeiro tiro
E impacto
Suficiente para aniquilar o fato
De trazer o medo
Para um momento no qual o enredo
É bom demais para ter defeito.
Na pulsação do trafegado coração
Tudo pode ser mais intenso
Deixando fora de combate
O olhar cambaleante propenso
Que não deixa fluir
A naturalidade jorrando a existir
Na vida mais doce
Que esse instante maravilhado pode oferecer.
sábado, 31 de julho de 2010
Caneta de Duas Pontas
.
Dois corações unidos
Sintonizados
Aliados na mesma poesia.
Uma caneta
Transcrevendo os sonhos
Os anseios
Medos, desejos e moinhos
Girando sozinhos
Cantando a dois.
Tudo é muito novo
Todo muito agora
No carinho que depois
Eternizará a paz
Do tempo que não traz
Sossego.
Mas a poesia está aqui
Em nós
Fluindo em cores
Calando os rumores
A dois...