terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Força e Sentimento

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Na cama arrumada

Fora do alcance do vento

Repousa o guardião

Protetor do sentimento,

Embrionária esperança,

Que já alicerça

A força

Expediente do coração

Na mais propícia recuperação

De tudo o que ensina

O que conduz

O que emociona

O que reproduz

No silêncio do branco olhar

O doce sonhar

O suave sorrir

O flamejante sussurrar

O eterno existir.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Depois do Inevitável

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É da simplicidade que sinto falta.

É do cheiro das coisas mais banais como, por exemplo, a terra molhada de chuva, ou de um café sendo feito logo ali, na casa da vizinha.

É um abraço - que tantas vezes neguei por pressa - o que mais me corrói o pensamento: Por que não abracei mais as pessoas que eu amo tanto ainda agora?

É de sorrisos que agora o meu caminho padece.

É de um bom dia mal-humorado. De um até logo impaciente. De um tchau sufocado pelo horário.

É de sentir o gosto de todas as comidas que joguei no lixo. De todas as vezes que abri a geladeira e, ingrato, disse: "Não tem nada pra comer nessa casa?"

É de ouvir as histórias que desprezei das pessoas que vinham até mim apenas para sentirem-se alguém.

É do momento sem fazer nada no meio do dia. Agora é só trabalho. Dos instantes em que não me larguei olhando para fora pensando em alguma bobagem.

É de usar as palavras mais docemente... Desejando a construção do ser alheio.

É de não parar um segundo do meu tempo tão precioso para contemplar uma réstia do sol em minha tez. Ou uma gota daquela chuva tão inesperada. Ou uma flor. Sequer um jardim.

As cores! Não posso mais...

E as lágrimas? Como as evitei! E agora são delas que não consigo esquecer.

Os passeios com o meu amor... Todos deixados para depois porque havia algo mais urgente a ser feito.

Os banhos de chuva.

Os livros que não li por causa dos relatórios sempre tão necessários.

As ajudas que neguei por mera indiferença.

Os sorrisos não abertos por uma piada mal contada. E eu que nem sabia contar piadas ficava julgando as piadas dos outros.

Os "eu te amo" que ficaram prisioneiros na garganta.

As orações que nunca fiz agora me fazem falta. Muita falta.

Os beijos que deixei para uma ocasião especial... Todos não dados!

Os amigos não feitos.

As amizades que não cuidei.

As pessoas que perdi por minha irresponsabilidade.

Ou desatenção!

As brigas que causei sem razão nem, tampouco, perdão.

Os perdões.

Como queria pedi-los!

Os gritos. As danças. Os safanões.

Agora só o arrependimento de não ter usado o que tive com tanto amor e tanta vontade que seria pouco demais a eternidade:

Vida!

Eu esperei tanto... Mas, o tempo não esperou!
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domingo, 12 de dezembro de 2010

Vestígios de Urucum

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“Quando a grande nave apareceu flutuando sobre as águas, foi espanto total. Uns acreditavam ser um deus surgindo das profundezas, outros tinham a certeza de ser algum monstro aquático. Enquanto uns fugiram, outros guerrearam...”

O garoto, preso no trânsito de uma grande metrópole ao lado de seu pai, ao ler s
obre o descobrimento do Brasil, deixou sua imaginação escapulir e navegar através do tempo, da história, pela mente da inocência há tempos perdida.

Ao passar pelas ocas, pelas crenças, pelos medos, pelas conquistas e derrotas indígenas, sentiu uma força extrema invadir o seu coração impulsionando o seu corpo para uma sensação que só os verdadeiros guerreiros ousavam sentir: o dever de lutar por sua terra.

De repente, estava ele de volta ali dentro do carro do seu pai. Buzinas, freadas, caos tota
l, mas, a sensação, a comoção guerreira crescera e notou que chorava. O garoto olhou para o espelho retrovisor e, tão grande a sua surpresa, viu um curumim sorrindo refletido. Olhou para o seu pai, alheio a tudo, mergulhado nas ofensas feitas pelo motorista que vinha logo atrás; preocupado em repassar os xingamentos ao motorista do carro à sua frente. Ele entendeu, então, que em suas veias corria o sangue vermelho tingido por vestígios de urucum ancestral. Olhou para o seu pai e disse:

- Sou um guerreiro!

E o jovem senhor, sem dar-se conta do que acabara de presenciar, respondeu distraidamente:

- Somos todos, meu filho! Somos todos!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Nona Antônia

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Todos os cheiros

E todas as flores

Ainda é pouco

Para enfeitar o seu caminho



Entidade de luz e cor

Que enfeitou a vida de todos nós

Que perfumou

A infância de todos os seus netos



Sua doçura

Sua força

Suas lições

Seus olhares...



Tudo sempre tão azul!



E a saudade também vem leve, suave

Porque tivemos o seu amor...

E pra sempre teremos!



As lágrimas

São só a tentativa do coração

Querendo dizer o tamanho do amor

Sem saber usar as palavras.






"Ó Meu Pai do Céu, limpe tudo aí, vai chegar a Rainha precisando dormir..."

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Amanheceu

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Amanheceu...

O sol forte e bem disposto
Esbanja a vontade
De ter um sorriso no rosto.

Amanheceu...

Frescura, no melhor sentido da palavra.
Brisa leve e doce que se interpõe
Com a vida da liberdade escrava.

Amanheceu...

A transparência vigorante
No orvalho adolescente
Na estrela ainda caindo cadente.

Amanheceu...

O novo dia jovial
Embalado em esperança ancestral
De uma prece celeste, celestial.

Amanheceu...

A lua vai descansar
No terno e enternecido olhar
Do apaixonado boêmio indo se deitar.

Amanheceu...

Nova chance surge para todos
Com fé para trabalhar bem disposto
Porque a recompensa virá no seu melhor tom fosco.

Amanheceu...

E Deus abraçou a natureza
Florindo a estúpida aspereza
Em brotos e sementes de gentileza.

Amanheceu...




Salve Amigos da Sofia!
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Quero agradecer, com todo o meu coração, a visita e o carinho de todos vocês... Também quero pedir perdão, pois, não estou conseguindo dar a atenção que gosto à visita aos espaços tão bacanas de cada um... Trabalho! Graças a Deus! Esse é o motivo de tanta demora em publicar coisas novas aqui e de me ausentar dos blogs amigos onde alimento minha alma com arte, delicadeza, poesia e amizade... Luz e Paz!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Perto Demais

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Olhares nervosos

Sustentação

Vontade superando fixação

E os carros passando

Perto demais

E o perigo iminente

Emitindo rápido demais

O tempo amadurecido

Modificado

Lançado às tormentas

Outrora brisas medievais

Arcaicas

Suaves brisas donzelas

Que viajaram por vales

Montes

Monumentos naturais

Que agora

Edificam a memória

Daqueles

Que correram rápido demais

Que viveram rápido demais

No mais intenso sorriso

De encanto eternizado...

Agora

Seu corpo está perto demais

O perigo é iminente

Preste atenção nas brisas!




quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coisa Com Coisa

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Vejo pessoas achando coisas
Coisas envolvendo pessoas
Mas não quero ver aqui
Pessoas outras
Que não falam coisa com coisa.
E coisas passando em todo momento
Em velocidade de pensamento.
Quantas coisas existem além?
E quanto porém
Existe nas coisas?
Quantas coisas posso ter
E quanto ser
Pode haver em cada coisa?
É questão de querer aprender
Observar e respeitar
O limite do requinte
Que é apresentado nas coisas.
Perder alguma coisa
Pode ser o sinal
De que virão muitas novas outras coisas.


Mas, cada coisa há seu tempo!



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Bobagem

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A covardia corrói a dignidade...


O dedo apontado


No rosto da ousadia


Na margem do inegável


Retoca e ressalta


A fome


De quem sempre quer mais


Por tantos ideais


Não compreendidos


Difundidos


Na manhã mais macia


Que o sol já ofereceu.


A corda amarrando


Os pilares e alicerces já maduros


Tenta impedir a luz


De clarear os cantos escuros


Do castelo


Erguido e habitado


No sorriso mais brando


Do guerreiro


Que luta com coragem


Reforçando a imagem


Do seu olhar


Onde nada é em vão


E nem existe bobagem.
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A Valsa Derradeira!

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Quando a morte passa perto arrastando alguém que nós temos em nosso convívio sempre deixa a lembrança de algumas reflexões que podemos fazer, mas, que sempre ficam engavetadas em algum compartimento do nosso ser onde não visitamos nem, tampouco, admitimos que precisamos reorganizar de quando em quando. É incrível como este tema mexe com tantas coisas diferentes e recorrentes que, no dia a dia, ficam sempre à margem, à espreita, prontas para apresentarem-se. Enquanto o nosso olhar é desviado já automaticamente para outras direções. O colorido nem sempre está cintilante. O preto, o luto, a negritude da dor causada pelo despreparo em entender processos tão naturais pode agigantar-se com frequência, inevitavelmente - já que somos humanos e temos a vida e a morte como elementos do mesmo ser... Nosso próprio ser! Tantos autores, poetas, filósofos, pensadores, religiosos, acadêmicos tentaram e tentam incansavelmente entender e, ainda mais do que isso, explicar o processo de morte por toda a história da humanidade. Cada um com a sua maneira diferente de ver, aceitar, conviver e explicar o que não conseguem solucionar. É um assunto latente transpassado pela trajetória humana. Na Grécia antiga, por exemplo, o filósofo Platão já discutia o assunto e defendia sua teoria das idéias - onde existiria dois mundos completamente distintos: o das idéias e o sensível - que incomodou tanta gente. No livro Fédon o pensador em questão relata o último dia de vida do seu mestre. Sócrates, mestre e amigo de Platão, fora condenado pela cidade e seus governantes sob a acusação de desvirtuar os jovens atenienses e profanar a religião vigente. Sua condenação: morte por ingestão de cicuta, um poderoso veneno. Alguns amigos de Sócrates chegam para visitá-lo na prisão no dia em que ele seria executado. E qual a surpresa da comitiva de visitantes! Eles encontram o filósofo, que ficara imortalizado por sua ironia, feliz, comemorativo e até mesmo ansioso para o momento de glória. Tudo isso porque eles defendiam que o corpo, os desejos provenientes do nosso físico distancia-nos do que realmente deveríamos ter como conduta de vida: a contemplação e reflexão acerca de nós mesmos e de tudo o que temos a oportunidade de vivenciar. Sócrates bebeu a cicuta. Morreu feliz dizendo que estava indo se reencontrar com sua verdadeira essência. Mas, e quem ficou? Como ficou?

Hoje falo sobre a morte, mas, não gostaria que parecesse pesado. Por isso falei de Platão e Sócrates. Mesmo porque estou tentando acreditar que não seja algo tão contrário a nós seres humanos. Se não me falha a memória foi Drummond quem escreveu que se a morte não existisse nós daríamos um jeito de inventá-la porque viver eternamente seria o maior e mais completo tédio. Cecília Meireles canta em seu poema Motivo a leveza da voz que um dia estaria muda... Um livro que li faz bem pouco tempo, A Menina Que Roubava Livros de Markus Zusak, traz uma narrativa um tanto quanto peculiar. O personagem que perpassa todo o livro narrando a história de uma menina alemã - Liesel Meminger - que roubava livros da biblioteca da primeira-dama da cidade onde mora é ninguém mais ninguém menos do que a própria Morte. O livro é surpreendente e deliciosamente fácil de ler. Uma visão romântica, admito, mas, porque não aceita-la como potencialmente verdadeira? Talvez este livro que acabei de citar (e indicar) seja o melhor exemplo de tudo o que estou falando aqui. De como não quero acreditar na deselegância da morte. De como não admito pensar nela como uma caveira horripilante de foice na mão. É provável que seja uma forma de ilusão. Confesso!

Quero, entretanto, ver a morte hoje como uma bailarina de luz tão leve quanto uma brisa de verão. Uma bailarina com a pureza de uma criança que dança. A dança tão envolvente e sensível que chega com toques de violino e raios luminosos coloridos. Hoje é a bailarina que quero pintar. Aquela que dança, encanta, envolve e faz a dor parecer imensamente pequena e passageira diante de tamanha grandeza. A moça de sapatilha esgarçada pelo tempo e pelo uso que faz o farfalhar de sua roupa tremeluzir. E a vida, sua parceira na valsa derradeira, despede-se, não de quem vai, mas, de quem fica. E que as lágrimas se transformem em notas, acordes para a bailarina que nunca pára de dançar... E nunca pára de encantar... E nunca pára de fazer da alma algo tão leve e doce que é capaz de flutuar!

Luz e paz!
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Para ler esse artigo no (meu outro) blog Epiderme Papiro, clique aqui!


domingo, 24 de outubro de 2010

Soneto de Um Poemeto Nunca Escrito

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A pele que já não era mais papiro
Já não se escrevia mais poemas lá
Nem sonetos, manifestos; nenhum suspiro
Não instigava vindouros versos às valsas.


E a vida passava em passadas largas! E ainda passa!
E os sonhos definhando como raízes expostas
De uma cor ruim saindo de mim, amostras
Daquilo que eu sempre quis e nunca escondi...


Mas, ainda baguncei em nosso silêncio distante
Todos os afagos desejados, impropérios de amante
Toda aquela incerteza já pálida, desbotada... Agonizante!


E continua o amor a garimpar sobrevivência
Em todas as mais imperceptíveis existências
Que permeiam a poesia que nunca me exaure a carência!




sábado, 16 de outubro de 2010

Soneto dos Encantos Confusos

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A música é benta
O olhar sincero acalenta
A poesia é santa
A melodia me alimenta.


E sigo procurando o que me contempla
Com o sabor da procura
Com a experiência da candura
Com a delicadeza do que é composto do real e bravura.


Estar vivo e saber da urgência
Do mágico, do fabuloso, do fantástico, da permanência
Do que a vida provoca no interior, no recôndito da essência.


Não entender a beleza, mas senti-la
Acreditar na vida mesmo depois de tantas vezes perde-la;
A verdade confunde meus encantos ao recebê-la...


domingo, 10 de outubro de 2010

Olhares Perdidos

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O encanto quebrado
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Liberta a magia
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Outrora engarrafada
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Em olhares perdidos
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Em alto-mar...

O naufrágio próximo

Anunciando a ruína

De um império edificado

Construído sobre alicerces

Arenosos, aerados

Mal distribuídos...

Os fluídos livres

Boiando no sal

Do mar anil

Tornando servil

A beleza espalhada

Pelo encanto quebrado.
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sábado, 2 de outubro de 2010

Já Em Outro Tempo

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Um trinco no vento
Que viaja através dos mares
Permitiu aos ancestrais milenares
Trazer-me a visão
Do que no coração
Já era fato
Já era flor em sinal vasto
Crescendo na floresta brilhante
Da certeza da amizade
Que vinha acompanhar.
Você querida
Ainda tem muito para reinar
Querendo sol a dominar
Com a força
Do amor que você possui.
O mal em mim diminui
Toda vez que sei
Que você está sorrindo.
Te amo
E te admirando vou seguindo
Com o peito aberto
Para te abastecer
Com a alma alegre
Para te proteger
Com o amor total
Para você continuar a viver.
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Salve Amigos da Sofia!
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Estes humildes e sentidos versos foram escritos em homenagem a uma amiga que já não está em minha vida, mas, perdura em meu coração... Há anos esse poema existe! Hoje trago-o para matar um tanto da saudade da minha amada amiga Cris e aproveito para oferecer a homenagem a todos que visitam este espaço, que leem o que escrevo, que deixam suas impressões nos comentários e que percebem que aqui há somente um poeta tentando existir da melhor maneira que ele consegue... Obrigado a todos! Beijos!
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Luz e Paz!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Monstro Silencioso!

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Salve queridos Amigos da Sofia!
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Hoje trago toda a minha indignação, nojo, asco e repúdio manifesto neste espaço que é de poesia. Acredito que um poeta não é um mero construtor de frases bonitas ou palavras doces. A poesia sempre me valeu como instrumento de comunicação e reflexão sobre os mais diversos assuntos e aspectos da vida. Por isso trago essa publicação tão cruel, pesada, impensável e inadmissível.

Preparem o estômago e os nervos para assistirem ao primeiro vídeo... É lamentável! É horrível! É cruel! É desumano, no sentido mais baixo da palavra. Violência, por si só, monstro silencioso, já é algo que não deveria existir... Independente de religião, de princípios culturais ou de posicionamento pessoal...

Esses dois vídeos chegaram em meu correio eletrônico provenientes de uma amiga muito querida e não consegui simplesmente fecha-los e passar por cima... Divulgar aqui, neste espaço de encontro virtual, é o mínimo que posso fazer...

O Primeiro Vídeo: Violência Contra Animais em Rodeios.
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Vídeo Cruel!
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"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem."
Arthur Schopenhauer, Filósofo Alemão
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O Segundo Vídeo: exemplo de compaixão, respeito, amor e humanidade (a mesma que falta em pessoas como as que aparecem no primeiro vídeo)!
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Obrigado por todas as visitas!
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Luz e Paz!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Todas as Marias!

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Maria
Da aflorada poesia
Da reluzente maestria
Da cativante e simples simpatia!

Maria
Dos olhos tímidos e ligeiros
Do coração provinciano, trigueiro
Do amor mais lúcido e mensageiro!

Maria
Bethânia, begônia, margarida
Rosa perfumada, flor enternecida
Jardim das cores melhores; vida!

Maria
Que canta o canto poético
Que sonha o realismo épico
Que transforma voz em verso onírico!

Maria
O aprendizado é seu hóspede permanente
O tempo é seu condutor tão elegante
O amor é sua verdade tão humanamente envolvente!

Maria
Que canta e se expõe viceral
Que sorri e perpetua sua luz sideral
Que vive e vida semeia ancestral.

Maria
Alma cultural, popular, profunda, voluptuosa
Púrpura borboleta que voa suntuosa
Colorida emoção angelical, maravilhosa!
















quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ab imo corde*

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A mínima mentira


Fere-me


Tira-me


A crença


Que me provoca


Calma


E dilacera


A quimera


Utópica


Regalia


A melodia que sufoca


Os arroubos


Agouros


Agarros


Das mínimas mentiras...



(Detesto gente mentirosa! Quem é capaz de mentir uma mentira pequena é capaz de mentir uma mentira grande...)

* Em Latim essa expressão significa: "Do mais profundo do coração".

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Combustível

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Uma clara manhã vindo saudar


O dia belo e virgem nascendo


Faz dívida


Divino compromisso a saldar


O amor à amizade.


Belas cores inconfundíveis


Reluzem de todos os poros


E em cada canto do seu poder


Pulsa a música na voz dos coros


Que me ninam no caminho a percorrer.


Estou longe


Mas, tão perto te sinto


Que posso abrir um sorriso


E tocar em você.


Falta-me nos olhos


Farta-me no amor


Do incalculável valor


Do combustível


Que alimenta a minha poesia.


O carinho


O tempo passado


O sentimento guardado


Estarão todos presentes


Quando eu voltar e te abraçar


Um dia...


***


Salve Amigos da Sofia!


Este poema escrevi há muito tempo para uma amiga muito amada. Naquela época eu estava mudando de cidade e, de todas as coisas lindas que estão guardadas em minha alma, esta amizade é algo impermeável... Peço humildemente licença para oferecer a todos vocês, Amigos da Sofia, este sentimento tão magnífico: a amizade! Obrigado a todos pelo carinho, pelas visitas, pelos incessantes incentivos tão preciosos... O meu coração agradece emocionado!

Luz e Paz!




domingo, 8 de agosto de 2010

Fiapos de Versos Afiados

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Todos os momentos guardados
Não vividos
Transformaram-se em sonhos mal perfumados...


Todas as palavras engolidas
Tornaram-se fiapos de versos afiados
Sem receberem vidas...


A cada borrão na lembrança
Uma sutil esperança
Esfarelada se esvai na sentença...


Quantas vezes quis
Mas não pude?
Quantas vezes pude
Mas não quis?


E hoje o que ficou?
A vontade de fazer tudo de novo e diferente...





sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Fora de Combate

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Neste justo segundo


Sou um homem mais forte


E tanto mais humano


No crédito hediondo


Que concede este estado de leveza


Na tranqüilidade para o plano


Sair com a exata certeza.


Com o certeiro tiro


E impacto


Suficiente para aniquilar o fato


De trazer o medo


Para um momento no qual o enredo


É bom demais para ter defeito.


Na pulsação do trafegado coração


Tudo pode ser mais intenso


Deixando fora de combate


O olhar cambaleante propenso


Que não deixa fluir


A naturalidade jorrando a existir


Na vida mais doce


Que esse instante maravilhado pode oferecer.



sábado, 31 de julho de 2010

Caneta de Duas Pontas

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Dois corações unidos


Sintonizados


Aliados na mesma poesia.


Uma caneta


Transcrevendo os sonhos


Os anseios


Medos, desejos e moinhos


Girando sozinhos


Cantando a dois.


Tudo é muito novo


Todo muito agora


No carinho que depois


Eternizará a paz


Do tempo que não traz


Sossego.


Mas a poesia está aqui


Em nós


Fluindo em cores


Calando os rumores


A dois...