quarta-feira, 6 de maio de 2009

As Cores da Poesia!


.


Amanheceu. Outro dia. A noite acabou. O sol. Chegou. Luminoso. Brisa. Suave. Sopro. Estava vivo. Eu. Estava. Vivo. Mas, não bastava. Nunca. Não era suficiente. Era só uma criança. Já velha. A minha curiosidade. Curioso. Sempre fui. Muito. Demais. E um mundo inteiro. Imenso. Para desvelar. Diante de mim. Para conhecer. Quem para me ensinar? Não tinha. Não sabia. Não queria mesmo. Cada descoberta. Um sabor. Ou doce. Ou amargo. Ou azedo. Ou salgado. Qualquer. Gostos. Muitos. Outros tantos. Infinidade. Só teria que voar. Voar. Sempre quis. Bater asas. Se eu soubesse que tinha! Asas. Eu tinha. Ainda as tenho. Mas, não sabia. Por isso não voei. Antes. Queria muito. Fiquei. Quase acostumado. Com o aspecto cinza. Tom gris. Do meu mundo. Cinza. Gris. Até aquela manhã. Só. Vi a vida passar. A vida. Colorida. Debaixo da minha janela. Debaixo. Aberta. Janela. Do meu nariz. Bem embaixo. Um susto. Um grito. Colorido. Pulsação. Rápida. Descobri que tinha um coração. Eu tinha. Tenho ainda. Depois de tanto tempo. No peito. Um coração. E batia. Pela vida. Corria. Velozmente. Quase explosão. Quase. Faltou um nada. Faltou. Nada. Não parou. Nem explodiu. Mas, admirou-se. Com o que viu. Quem era? Homem? Mulher? Tão colorido. Cores desconhecidas. Nunca as vi. Outra vez. Nunca mais. Alguém gritou. Palhaço! Outro grito. Pierrot! Se eu soubesse... Teria eu gritado. Eu também. Meu grito. De gratidão. Não importava quem era. Não. Gratidão. Um grito. O meu. Seria: Poeta! Até hoje não sei se sonhei. Ainda hoje. Não sei. Ou se estava acordado. Estava? Sonho. Real. Nunca soube. De fato! Sei que quis ser igual. A ele. Ou a ela. Não consegui ver. Não consegui. Usava máscara. Uma. Única. Linda. Magnífico. O sorriso. Ele. Ou ela. Sorriu. A máscara cobria. Mas, eu vi. Aquele sorriso. Tinha. Tenho certeza. Um sorriso. Inesquecível. Hoje eu sei. Da inspiração. Exalava. Dele. Ou dela. Não sei... Dançava. Pulava. Fazia versos. Declamava poemas. Sonetos. Elegias. Poesia! Epopéias. Poemas. Era poeta. Ele. Ou ela. E eu quis ser igual. Igual. Quis ser poeta. Ter aquelas cores. Cores. Aquelas luzes. Irradia. Eu também queria. Pular a janela. A janela. Aberta. Do meu mundo cinza. Gris. E segui-lo. Ou acompanhá-la. Para onde. Não sei. Mesmo. Pelo mundo. Talvez. Não sei. Não. Quis ir. Mesmo assim. Não quis ficar. Mas, fiquei. Extasiado. Em graça. A lembrança. Dele. Ou dela. Jamais escaparia. Jamais. Fugiria. Nunca. E me alimentaria. Combustível. E me tornaria vivo. Sempre. Aquelas cores. Minha vida. Vida. A poesia. Foi o rastro. Que ele, ou ela, deixou. O rastro. Vestígios. Para mim. Ele. Ou ela... Nunca soube. Nunca. Levava algo nas mãos. Não vi. Algo mágico. Nas mãos. Não vi. Mas, era encantado. Tenho certeza. Disso. Bem... Certeza. Nenhuma. Se vivi. Ou se sonhei. Mas, vi. Apreciei. O que ficou. Não saiu. Ficou. Para sempre. Desde então. Encantou-me. Modificou-me. Mudanças. Causou. Mutações. Irreversíveis. Trago comigo. Eu trago. Em mim. Na alma. Mesmo velho. Velho. Feito hoje. Como sou agora. Sempre fui. Velho. Sempre. Agora. Aquele dia. Aquela janela. Aberta. Para o mundo. O mundo. Para a poesia. Que ficou. No ar. E respirei. E fui tomado. Naquele dia. Naquele. Pelo o que ele, ou ela, deixou. Ele. Ou ela. O que deixou. Deixou. Em mim. Em minha vida. Vida. Em minha alma. Alma. Minha. Aquele palhaço. Ou pierrot. Ou os dois. Dois. Misturados. Cá dentro. Guardados. Para sempre. E fui feliz. Felicidade. Real. Senti. Mesmo. Desde aquele dia. Aquele dia. Desde. Aquele sorriso. Que me ensinou. Poesia. A poesia. Que trago. Dele. Ou dela. Minha. Em mim. E de tantos outros. Poetas. Poetisas. Regidos. Pela poesia. Magnífica. Poesia. Desde então. Para sempre... Poeta!


Nenhum comentário: