quinta-feira, 30 de abril de 2009

Minhas Indicações - Prêmio Lemniscata!


Saudações Amigos Da Sofia!

Há alguns dias fui premiado pela minha amiga Shin Tau, lá do Grimoire, com o Selo Lemniscata. O recebi com muita alegria e honra. Junto com o prêmio vieram também as regras... Eu deveria indicar sete blogs e repassar o selo... E as regras! Estou, então, indicando os meus escolhidos. Não explicarei os motivos que me levaram a votar em cada um deles. Antes disso, convido-os a visitarem estes blogs e todos entenderão as razões.

Amigos blogueiros indicados, as regras são as seguintes:

A) Expor o selo no blog;

B) Presentear outros sete blogs, de qualquer temática, com o referido prêmio e suas devidas regras;

C) Escrever um texto e publicar respondendo a seguinte pergunta: O Que Significa Para Você Ser Um Homo Sapiens?

1) Do encantador Cigano Elson: Tenda Ciganos do Oriente

2) Da incrível amiga Cezarina: Alma Cigana

3) Da sweetheart translúcida Priscila: Um Refúgio

4) Da querida Reggina Moon: Verso & Prosa

5) Da grandiosa alma e amiga Lila: MusaePoeta

6) Da animadíssima e contagiante Déia: Blue Butterfly

7) Da interessantíssima Texuco: O Interessante Nada

Com a maior e mais absoluta certeza do mundo digo que ficaram de fora muitos outros amigos e blogs que merecem todos os prêmios do mundo. A estes eu ofereço, por hora, o que tenho de melhor em mim...

Ah, o texto de minha autoria respondendo a pergunta a que a regra atribui publicarei muito em breve...

Com imenso afeto,

Whesley Fagliari - Amigo da Sofia

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Horizontes Forasteiros

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Ninguém sabe

Dos caminhos que percorro

Para chegar até mim...


Quantos atalhos tomados

Tantos buracos abertos

Quantos retalhos recuperados

Tantos pedaços incertos!


Ninguém crê

Que os meus pés sangram

Nas pedras que recolho

E armazeno

Dentro do meu bandolim...


Quantas direções distantes

Tantos instantes malgrados

Quantos suspiros certeiros

Tantos horizontes forasteiros!


Ninguém crê

Nos obstáculos que removo

Para não parar

E caminhar até o fim...


Quantos sorrisos abertos

Tantos atalhos descobertos

Reacesos, religados, redirecionados

Acesso para dentro de mim!


terça-feira, 28 de abril de 2009

Um Rio de Água Bem Limpinha

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Que suas lágrimas

Caiam

Ensinem

E corram

Para um rio

De água bem limpinha

Afluente em seu coração

Que seus cabelos

Brinquem com o vento

E que o pensamento

Que há muito caminha

Procurando solução

Acalme os dias

Os dias em que você é um furacão

Turvando a água limpinha

Do rio... Da vida...


Espia






As pedras da estrada

Provocam dores

E fica cada vez mais demorado

Chegar...

Mas, o meu coração está em festa

Estou caminhando

Meus pés estão doendo

Estou na estrada.


Espia o meu olhar!


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Flor Rara

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A estrada estava vazia. Secundária. Sempre esteve. Estivera. Somente a poeira viajava. Por ali. Somente. Raramente. A poeira precisa do vento. O vento. Seu sopro. Este não passava ali. Nunca. Manhã. Sol ainda embrião. Matagal. Gigantesco. Somente o verde. O verde. Somente. Mais um dia. Outro. Idêntico. Igual aos outros. Ali seria. Sempre. Naquele lugar. Igualzinho. Quase. Não fosse uma diferença. Apenas uma. Broto. Um. Minúsculo. A luta para viver. Sobreviver. Existir. A vida. Inventando caminhos. Caminhos há. Haverá sempre. A eclosão. A flor estrangeira. Não era o seu lugar. Não era. Não tinha que nascer ali. Naquele lugar. Naquele chão. Não tinha. Ou tinha? Mas, logo ali! Ali. Não podia vencer. Não podia. Não ali. Não teria chance alguma. Quando semente viajara. Sem saber. Um pássaro distraído. Distração. Uma semente. No bico. Sem perceber. Sem limpar-se. Adequadamente. Mas, era um pássaro. Bico. Semente. Um resto. Resquício de refeição. Era o que era. Caída. Se fosse um anjo perderia suas asas. Asas não. Não teria. Não mais. Anjo. Não era. Era flor. Em semente. A potência aristotélica. Flor. Ainda guardada. Na semente. Mas, flor. Já era. A terra. A terra acolheu. Contrariada. Isso é verdade. Contrariada. Resmungando. Mas, aqueceu. Compaixão maternal. Mater. Mãe que era. Sempre fora. De todos. A semente chocou. Nasceu. Sem volta. Sem escolha. Quem a admiraria? Sua beleza. Solitária. Quem tentaria roubá-la? Presente. Para alguma namorada. Amante. Qual! Ninguém. Ninguém passa. Não ali. Nascera logo ali. Caminho sem destino. Ninguém. As raízes fundas. Profundidade. Sugando. Força. Terra seca. Como conseguiria? Melhor secar. Melhor morrer. Sem florescer mesmo. Mesmo. Precocemente. Jovem. Sem amadurecer. Prematura. Como fazer? Deixar o tempo agir. O tempo. Sua ação. E a espera. Mas, jovem não tem paciência. Nenhuma. Melhor ocupar-se. Senão o tédio vem. O tédio. Chega. Pra valer. Ainda mais jovem. Prematuro. Distração. Se, ao menos, alguém passasse. Por ali. Ninguém passa. Alguém. Não precisava ser sempre. Sempre. Constantemente. Diariamente. Cotidianamente. Isso também a entediaria. Rotina. Maldita rotina. Maldita. Só passar. Um aqui. Outro acolá. Somente para ver. Ver. Apenas. A flor queria ver. Alguém. Que nunca vira. Nunca viera. Viera. Não. Nunca. Um ser diferente. Dela. Ela. Criança. Impaciente. Sempre. Constantemente. Já contara todas as folhas. Ao redor. Três árvores. Era o que via. A sua volta. Três. Enormes. Árvores. Cada folha que caia. Acontecimento. Fenômeno. A natureza trabalhando. O chão alimentado. Chão. Alimento. Ela alimentada. Adubo. Ela fazia parte daquele lugar. Parte. Pequena. Fazia. Mesmo colorida. Colorida. Meio destoante. Completamente. E jovem. Ainda por cima. Plena. Crescendo. Sempre. Diariamente. Jovem. Ainda. Feito todos os brotos. Que não existiam ali. Não. Pueril. Ainda sem espinhos. Nenhum. Não precisava. Ainda não. A vida. Não tinha lhe mostrado os dentes. Ainda. Não tinha. Os dentes. As presas. As garras afiadas. Pra que espinhos? Não tinha ninguém para espetar. Não precisava. Espinhos. Nunca nasceram. Ela não deixou. Não queria. Não usaria. Não. Não nasceu. Nenhum espinho. Mas, a flor sim. No lugar mais inóspito. Em meio à solidão. À inércia. Ao ciúme. Árvores velhas. Ciumentas. Mas, ainda havia uma flor. Ali. Por quê? Sei Lá! Tem que perguntar a ela. Quem vai saber. Respostas. Não havia. Ela. Flor. Criança. Perdida. Solitária. Esquecida. Desconhecida. Mesmo sem ser lembrada. Não havia mais nada. Nada. Só a flor. Sua beleza. E o resto. Flor e horizonte. Destoante. Fatores adversos. Alem. Avessos. Alimentaram-na. A flor. A única flor. Única. Corajosa. Incoerente. Jovem. Com atitude. Com escolha. Sua. Viver. Ela escolheu. Vida! Imprudência. Quanto tempo resistiria? Resistiria? Pra que saber? Bobeira. Irrelevante. Não importa quanto. Importa como. A flor nasceu. Feito o sol. Sem ninguém olhar. Ninguém soube. Quem presenciou? Mesmo assim. Ele vem. Todos os dias. Ela também viria. Sem ninguém olhar. Sem valor. Valor. Imenso valor. Decidiu que sim. Valor. Está dentro. Entendeu. A flor. O sol. Sabem. Quem são. A que vieram. Vieram. Porque estão. Mesmo sem ninguém. O sol e seus raios. A flor e suas fragrâncias. Suas pétalas. Para ninguém. Além dela... Perfumes! De amor. Amor raro. Amor. Amor a si! Amor por tudo o que é. Tudo. Amor de si... Para si! Próprio. Próprio o amor. Amor próprio. Flor de amor. Rara flor. Raro amor... Flor de amor próprio amor.


sábado, 25 de abril de 2009

Soneto da Livre Poesia

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Há muito um poeta aprisionado

Em algum lugar alto e malogrado

Combate a ira, a fúria do calvário

Com a poesia que voa livre na delicadeza de um relicário.


O vento das asas dos versos dançarinos

Sopra a vida onde vida há

E rega as flores sempre a encantar

O âmago do poeta que pulsa a vibrar.


As paredes escuras parecem sustentar

Um céu onde as estrelas cintilam

As palmas de uma platéia a esperar


Uma história mais feliz

Uma cena linda, um poema quando diz

Que o amor é colorido e a felicidade do poeta, jovial atriz.


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Soneto da Noite Encantada

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O céu está lindo

Cortejando a noite

Suave e estrelada

Levemente sorridente.


As estrelas pululantes

Fazem uma algazarra silenciosa

Somente a luz se vê

Além de toda a beleza.


E a vida segue o seu fluxo;

Naturalmente prolixo

O meu discurso se consterna.


Sinto-me em paz

E da janela nada mais eu vejo

Somente a noite, as estrelas e seus gracejos.



quinta-feira, 23 de abril de 2009

Trava

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Trava a poesia

Que protela a sua chegada

Ao recinto mais florido

E tudo é espera

Na esfera ancestral

De onde fulguram bem e mal

Em duelo

Em dueto

Replicando o servil soneto

Que movimenta os pés da leveza

Há um estranhamento

Subentendido no sentimento

Que não se permite conhecer

E a insensata beleza a entorpecer

Alma à revelia

Causando vendavais

Soprando longe

O que trava a poesia.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fragmentos de Lágrimas e Sorrisos Inteiros

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A chuva não cessava. Nunca. Sempre. Tanta água. Tanta! Parecia pranto. Mas, não era. Alguém que devia estar chorando. Chorando. E correndo. Clarisse corria. Na chuva. No tempo. No pranto de alguém. Ela nem conhecia. Mas, corria. Sem rumo. Sem direção. Por ruas inabitadas. Por vilas inexistentes. Desertas. Ruas que ela escrevia. E descrevia. Em seus poemas. Clarisse fazia versos. Chorava com eles. Neles. Corria. Afundava em mares desconhecidos. Inventados. Onde sempre chovia. Sempre. Não era Lispector. Quem dera! Ah! Quisera... Mas, era Clarisse. Com dois esses. Dois. Essa corria. Seus versos a guiavam. Nem sempre era dor. Muitas vezes sorria. Também. Na chuva. Constante. Ininterrupta. Porque chovia sempre. E a chuva limpava. E trazia alegria. Clareza. Clarisse. Na chuva. Os pensamentos eram límpidos. Mais. Também suaves. Por isso que, às vezes, doía. Clarisse enxergava dentro. E o que está dentro, nem sempre, é para ser visto. Mexido. Tocado... Lembrado! Nem sempre. Quase nunca. E sorria. Tantas vezes. Melhor os sorrisos. Melhores. Compensava. E o sol saia, enfim. O sol. Mesmo na chuva. A chuva. Que não parava nunca. Nunca. O sol iluminava. Os sorrisos. Aqueciam. Clarisse corria. Continuamente. Ininterruptamente. Simplesmente. Sem frio. Sem fome. Sem sono. Sem descanso. Sem pudor. Sem roupas. Sem trancas. Sem direção. Sem razão alguma. Nenhuma. A menor, que fosse. Não tinha. Clarisse não precisava. Só corria. E fazia versos também. Na chuva. Para sentir-se mais humana. Humana. Não se sentia assim. Quase nunca. Nunca mesmo. Por isso corria. Por isso chorava. Por isso sorria. Por isso sonhava. Por isso os versos. Seus abrigos. Refúgios. Abrigos. Recantos. Cantos. Céu aberto. Expostos. Desprotegidos. Não havia necessidade. Não existia o perigo. Nenhum. O mínimo. Só o medo. O medo. Este existia. De verdade. Medo de parar. Um dia. Não queria parar. Nunca. De não mais correr. De não mais sorrir. De não mais chorar. De não mais sentir. De parar. De não sonhar. Nunca mais. Não podia parar. Nunca. O que faria depois? Nem por um só instante. Um único. Tinha que chover. Tinha que molhar. Tinha que banhar tudo. E inundar. Também tinha. O que já transbordava. O que já estava na tampa. No limite. Circunspecto. Fabuloso, todavia. Fronteiriço. De sua existência. A razão. Sua razão. A que Clarisse não tinha. Porque nunca encontrara. Só sabia. E sentia. E sorria. E chorava. E corria. E fazia versos. De tudo isso. Era poeta. Da chuva. Do movimento. Dos dias em que chorava. Dos outros dias. Também. Dos que sorria. E chorava. Em outros tantos. Mas, corria. E fazia versos. Poesia. Construía versos. Versos. Rimava estrofes. Desenhava sonetos. Desenhava sim. Com as gotas da chuva. Com os pingos de lágrima. Com os fragmentos de sorrisos. Com as lascas dos sonhos. Com o movimento da corrida. Constante. Intensa. Translúcida. Sorridente. Atemporal. Transpassada. Chorosa. Viva. Poeta... Assim era Clarisse!